Mudança de época...

versível, e entre essas mudanças podemos situar o fim da dominação machista na cultura ocidental. Isto é muito sério.

Por primeira vez na história, temos a possibilidade de analisar os elos existentes entre o poder e a religião, pois por milênios a humanidade viveu atrelada a essas duas realidades patriarcais, e que agora sofrem uma profunda crise.

A dominação machista modelou a existência da nossa sociedade, identidade e organização. As mulheres submissas asseguravam a reprodução do grupo humano, enquanto os homens pairavam por cima das situações e dos relacionamentos. Tudo isso, agora, entrou em crise colocando em cheque-mate esse tipo de organização masculina, provocando inseguranças e transformações na reprodução biológica e na vida social da comunidade, mudando o referimento ao masculino. O macho entrou em crise e perdeu o tesão!

Nosso mundo é complexo, plural, multirreferencial, bem diferente dos tempos anteriores...

A dominação masculina perdeu nos dias de hoje sua razão de ser, e a igualdade dos gêneros se impôs como uma conquista histórica de toda a humanidade. Quem ganhou? A humanidade!

Entendemos melhor, agora, a luta desvairada de alguns fundamentalistas por governos fortes e ditatoriais. Os governos não podem ser mais ditatoriais, mas democráticos e sinodais. São os cidadãos que definem como querem ser e viver.

Aí entra também de cheio a questão de gênero. Não adiante reforçar o biológico imposto pelo sexo, mas as diversas expressões que cada pessoa quer vivenciar. Os comportamentos sociais milenares entraram em crise. Eles realmente, não mais existem, pois cada pessoa escolhe como quer ser e viver.

Aceitar que vivemos em tempos de uma secularização galopante e que essa nova realidade não é inimiga da fé cristã, nem profetiza o fim do cristianismo.

E o papel da Igreja nesta diversidade? Não adianta a igreja manter-se rígida nas suas normas e tradições, mas como um ser vivo e misericordioso deve acompanhar fraternalmente as pessoas na sua caminhada, e ajudá-las a viver em comunidade, sem excluir ou marginalizar. Provavelmente poderá ser uma chance maravilhosa para a fé cristã. Uma oportunidade única para construirmos uma sociedade mais fraterna e menos bélica.

Somos os primeiros a viver esta mudança radical de época, e provavelmente iremos nos adaptando paulatinamente a ela. Só as estrelas serão agora os nossos limites...

E você o que pensa deste assunto?
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