Ícone Salus Populi Romani, padroeira de Roma...
A solenidade do traslado do Ícone é realizada todos os anos por ocasião do último domingo de janeiro e quer expressar um agradecimento pelos séculos de presença do Ícone na Basílica de Santa Maria, a Maior, e pelas inúmeras bênçãos distribuídas pela Padroeira de Roma.
O ícone mariano de Salus Populi Romani é um dos mais antigos e venerados particularmente pelos romanos, invocando sua proteção em meio às tribulações da vida.
O Papa Francisco é devoto da Salus Populi Romani. Logo após sua eleição como Papa, ele dirigiu-se até a Basílica para venerar o piedoso ícone, e sempre, antes e depois de cada Viagem Apostólica internacional, o ele dirige-se à Basílica para um momento de oração e oferta de flores.
A celebração litúrgica deste domingo, contou com a presença de Francisco, e coincide com a exposição do ícone que acaba de ser restaurado nos "Laboratórios de Restauração dos Museus Vaticano". Com essa restauração foi possível resgatar a beleza original que havia sido ofuscada ao longo dos séculos.
A Festa da Trasladação recorda a cerimônia que em 1613, por desejo de Paulo V, recebeu o ícone na Capela Borghese ou Paulina, da Basílica Santa Maria Maior.
No início, o ícone encontrava-se sobre a porta do Batistério da Basílica, tendo sido levado, posteriormente, para a nave central e, a partir do século XII, depositado e conservado em um tabernáculo de mármore.
Por fim, o venerado ícone foi colocado acima do altar da Capela Paulina, construída e decorada com o intuito de ali ele ser custodiado.
Foi a Mãe do Imperador Constantino, Santa Helena, quem trouxe o ícone para Roma, e a construção da Igreja deve-se ao Papa Libério que mandou construí-la. Foi sobre esta Igreja que, por desejo de Sisto III, foi edificada a atual Basílica de Santa Maria Mayor.
O nome Salus Populi Romani deriva da tradição de levá-la em procissão pelas ruas de Roma para exorcizar perigos e desgraças.
Foi sob o pontificado de Gregório Magno que ocorreu um grande prodígio. No ano de 590, Roma foi atingida por uma peste que lhe dizimava a população e não se tinha como evita-la. Inspirado, o Papa Gregório Magno fez com que o Ícone fosse transportado em oração em uma procissão pelas ruas de Roma e, então, a epidemia da peste cessou.
São Pio V também, no século XVI, fez realizar uma grande procissão com o ícone indo até a Basílica de São Pedro pedindo proteção de Maria para o povo romano.
Outro fato mostra a devoção dos Papas pela Salus Populi Romani: A Virgem foi coroada pelo Pontífice por Clemente III (1.592-1605) que deu início a esta devota tradição. A seguir, o ícone torna-se cada vez mais amado e venerado.
Os primeiros jesuítas missionários partiram levando consigo uma reprodução desta imagem.
Segundo a tradição, a imagem teria sido pintada pelo Evangelista São Lucas. Ele a teria copiado de uma imagem `acheropita´ (ou seja, não pintada por mãos humanas) que estava em Lidda, na Palestina.
Uma tradição histórica conta que após a crucifixão, quando Maria se transferiu para a casa de São João, levou consigo seus pertences, entre os quais havia uma mesa feita pelo próprio Jesus na marcenaria de São José. Esta mesa passou pela propriedade de algumas piedosas mulheres de Jerusalém, que convenceram São Lucas de pintar sobre ela uma imagem da Mãe de Deus.
E seria justamente este ícone que ficou em Jerusalém, até a descoberta por Santa Helena, no século IV. O ícone, juntamente com outros objetos sacros, foi levado até Constantinopla, onde Constantino, filho de Helena, ordenou construir uma igreja em sua honra.
Quando em 730 o Imperador Leão Isaurico ordenou a destruição do ícone, o Patriarca São Germano, fervoroso defensor das imagens sagradas, foi destituído de seu cargo e exilado. Antes de embarcar, escreveu uma carta ao Papa Gregório III, a fixou no ícone e lançou-o às ondas do mar. O ícone chegou a Roma em um único dia. O Papa Gregório, advertido em um sonho, o recebeu acompanhado por sacerdotes, às margens do Rio Tibre.
Então, foi levado em procissão até São Pedro e ali exposto para a veneração dos fiéis.
Ícone antiquíssimo, milagroso e muito venerado.