Papa Francisco na China?
Nessa situação de equilíbrio instável, está-se costurando artesanalmente pelo governo chinês, esse possível encontro. E nada mais justo com essa nobre nação e os irmãos cristãos que ali habitam, que o Papa Francisco dê um primeiro passo com a beatificação (ou canonização!) do padre jesuíta Matteo Ricci (1552-1610), um dos pouquíssimos ocidentais homenageados até pelas autoridades comunistas chinesas. Todos ficariam felizes com esse gesto por parte da Igreja católica, e seria um grande presente para a mesma China.
O Pe. Matteo Ricci, daquela segunda geração da Companhia de Jesus, foi um verdadeiro evangelizador e respeitador da antiquíssima cultura chinesa.
Este gesto, por todos esperado, colocaria a nossa Igreja num modelo novo de evangelização, mais por atração do que por proselitismo.
Por mais de 400 anos, o Pe. Ricci ficou na penumbra por causa dessa sua amizade como o povo chinês. A desconfiança de Roma causou um desastre nessa missão florescente e magnífica dos jesuítas na China. O primeiro Papa a tirar da poeira esta figura impar foi João XXIII que, em 1959, falou de maneira positiva de Ricci e da sua missão. O mesmo fizeram Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI. Ad intra, na Companhia de Jesus, tanto Ricci como G. Castiglione (1688-1766), magnífico pintor na corte do imperador (confira abaixo seus desenhos), sempre foram tidos como exímios evangelizadores.
Além desses dois padres jesuítas, também poderia entrar o mais famoso convertido chinês, XU Guangqi (1562-1633) mandarim, letrado, agrônomo, astrônomo, matemático e excelente católico, batizado por Ricci, e fundador da comunidade católica de Xangai.
O secretário de Estado, Pietro Parolin, tem trabalho e sabedoria suficiente para ajudar a desatar esse nó da China...
E você, o que deseja e sonha?