Dia 7/SET: Princesa Joana de Áustria (1536-1573), da Companhia de Jesus…

Dona Joana de Áustria, filha do Imperador Carlos V, irmã do rei Felipe II, de Espanha, casou-se aos 16 anos, com o príncipe herdeiro de Portugal: Dom João, que contava então 15 anos de idade.

As grandes ordens religiosas contam com uma rama feminina: beneditinas, franciscanas, dominicanas, agostinianas, etc. menos a Companhia de Jesus. Inácio de Loyola, fundador dos jesuítas, teve seus motivos para não estabelecer uma comunidade de “jesuitinas”. Mais ainda, nas Constituições da Ordem deixou clara essa sua decisão.

Não foi por machismo ou misoginia que Inácio fez isso, mas por motivos apostólicos. Inácio de Loyola mostrou sempre um grande apreço pelas mulheres e algumas delas foram muito achegadas a ele.

Pois bem, em OUT/1554 chegou a Inácio um pedido estranho, por parte de quem naquele momento era a pessoa mais poderosa do mundo: a Regente de Espanha, D. Joana de Áustria.

A jovem regente, 20 anos de idade, viúva e mãe de um menino (o famoso Infante D. Sebastião, de Portugal), solicitava ser admitida na Companhia de Jesus. O que fazer?

Consultando o assunto com seus conselheiros, Inácio decidiu receber sua Alteza como jesuíta, mas mantendo isso em absoluto segredo. Ela não deveria mudar em nada sua vida de governante. Buscou-se um pseudónimo, para referir-se a ela na correspondência oficial: Mateo Sánchez.

Poucos souberam deste segredo guardado a 7 chaves: A poderosa D. Joana se fez jesuíta, as escondidas, professando os votos de pobreza, castidade e obediência.

Assim, pois, D. Joana, abdicou à coroa portuguesa e foi a única mulher a pertencer à Companhia de Jesus, até morrer aos 37 anos de idade.

Joana, sendo Soberana de Espanha, levou uma vida austera e muito religiosa. Todos diziam que o seu Palácio de Valladolid parecia mais com um convento. Pelo seu voto de castidade, renunciou a diversos candidatos que a cortejaram.

No dia 7/SET/1573 dona Joana levou para o túmulo o seu segredo, revelado séculos depois pelos arquivos da Companhia de Jesus.
Hoje a lembro com especial carinho.
Então, eu me pergunto: Se uma foi jesuíta, por que outras não poderiam ser?
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