Longa é a paixão de Jesus da Nazaré, o CRISTO,
Sexta Feira Santa interminável na dor do povo machucado.
A cruz de Jesus tem rosto e nome próprios.
Há no ar um ódio que já não se disfarça e agride à luz do dia
a violência dos perversos mata o corpo e mata a alma
sem referências que alicercem a justiça o pais está à deriva.

Deus onde estás quando sofre o inocente?
“Por que me abandonaste”? Gritou Jesus na cruz!
Deus crucificado hoje na Síria, no Rio de Janeiro
ou no coração que atira pedras a quem é ou pensa diferente.

“É preciso nascer de novo” disse Jesus a Nicodemos
“Somos todos irmãos” nos diz a Palavra Sagrada.
Reconstruir os muros que ruíram
abrir as portas à esperança
sentir na alma a alegria do túmulo vazio
porque não está entre os mortos Aquele que vive
“ressuscitar no povo” como profetizou São Romero de América.

Haverá Páscoa
se houver mãos que teçam o futuro
pés que abram caminho na noite escura da Pátria brutalmente machucada
olhos abertos para beijar com ternura o excluído
um coração humanizado e livre para divinizar o mundo!.

Paulo Gabriel. Páscoa 2018