Maria, mãe de Jesus... (Autobiografia de S. Inácio de Loyola)

Estava uma noite acordado, quando viu claramente uma imagem de Nossa Senhora com o santo Menino Jesus. Com esta vista, recebeu consolação muito excessiva e ficou com tanto asco de toda a vida passada e especialmente dos pecados da carne, que parecia terem-lhe tirado da alma todas as imagens que antes tinha nela pintadas (Autob. 10).

Ínhigo de Loyola começa a sentir dentro de si uma música silenciosa, tão nova e empolgante que apaga o rebrotar de suas antigas e negativas recordações. Perna enfaixada, ele pensa no que lê e se sente seduzido pela vida de Jesus Cristo e dos seus santos.Nunca seus olhos enxergaram tão longe nem seus ouvidos se fizeram tão sensíveis ao que por graça agora descobria.

Trinta anos já se passaram da vida de Ínhigo. Quantas experiências e lembranças! Sua juventude louca na corte do castelo de Arévalo, festejos, namoros proibidos, e depois, aquela bendita batalha de Pamplona, que o deixara à beira da morte. E no meio de tudo isso, algo positivo: a fé que não perdera e a devoção a São Pedro... Agora, de novo em Loyola, recupera-se das feridas da batalha de Pamplona, e vê sua família cuidando-o com carinho e até seu irmão padre, companheiro de antigas aventuras, mais coerente com o ministério da Igreja...

A vida é complexa. Luz e trevas, claros e obscuros fazem parte da história de todos. Concretizar mais uma coisa ou outra depende da liberdade humana. Ínhigo começa a descobrir que outros caminhos melhores são possíveis e sente a luz divina iluminar mansamente o vazio existencial que um dia, ele mesmo, criara e alimentara.

Faço hoje um convite: Peça à Maria, mãe de Jesus que o coloque definitivamente com o seu Filho...
Volver arriba