Segundo Domingo de Advento: É tempo de se enraizar... (CF. Pe. A. Palaoro SJ)

As leituras do domingo passado nos falavam de velar, de vigiar, e de estar desperto. Hoje falam daqueles que vivem enraizados e tem essa atitude de sentinelas: os profetas. Estes descobrem no horizonte da existência a presença de sinais de vida ou de morte. Assim se convertem em mensageiros de uma Boa Nova.

Neste 2º Domingo de Advento, os profetas Isaías e João tem a palavra. A palavra do profeta nos move a mudar e melhorar.

O profeta é uma pessoa enraizada e, por isso, de discernimento; ele sempre busca algo novo, e isso ele encontra na sua interioridade.

As leituras do domingo passado nos falavam de velar, de vigiar, e de estar desperto. Hoje falam daqueles que vivem enraizados e tem essa atitude de sentinelas: os profetas. Estes descobrem no horizonte da existência a presença de sinais de vida ou de morte. Assim se convertem em mensageiros de uma Boa Nova.

O profeta é a figura chave neste tempo de Advento. Não é um adivinhador do futuro nem vive separado dos outros. O profeta está sempre com os olhos bem abertos, e ao mesmo tempo enraizado no seu povo.

O Advento revela que somos seres enraizados e de horizontes grandes; profundos e ao mesmo tempo universais... Desafio? Manter o enraizamento e o horizonte, o engajamento e a transcendência. Transcender é mergulhar com fé na própria condição humana, é humanizar-se. “Humus” = terra = humano.

Somos convidados, pois, a experimentar no mais profundo de nosso ser as raízes com a seiva da vida, que nos sustentam e dão sentido. Da nossa interioridade “há-de-vir” (advento!) as possibilidades que farão nossas vidas mais abertas e oblativas.

Dentro de todos nós há um desejo, uma força, uma energia que nos impulsiona a viver, e buscar sempre o melhor. Isso tem a ver com a verdade e a liberdade, a bondade e o amor.

Desse modo, crescemos como pessoas: fisicamente saudáveis, mentalmente lúcidos, e afetivamente coerentes. Se não vivermos assim, nossa “humanidade” (“húmus”) ficará atrofiada.

Precisamos, pois, viver mais na profundidade e na solidariedade; ecologicamente mergulhados e equilibrados.

Advento é tempo de chegar às nossas raízes. O “húmus” da nossa terra nos “humaniza” e cristianiza. “Descendo”, como Jesus, viveremos melhor nossa existência, como irmãos e irmãs de todos.

O Advento nos faz lançar raízes no mais profundo de nossa condição humana e viver as grandes motivações adormecidas. Das nossas raízes brotam os desejos e os sonhos mais criativos e duradouros. A pessoa superficial não é “enraizada”.

A experiência cristã implica, pois, “mergulhar os pés na terra”, enraizar-nos e comprometer-nos com a realidade que nos afeta.

Um “chão” é sempre mais que um simples chão. Cada chão revela lembranças, referências, medos, saudades; guarda histórias, presenças e memórias.

Sonhar alto, pensar grande, aventurar-se, ousar ir além, derrubar nossos medos e modos arcaicos de ser e proceder.

“Chão humano e humanizante” porque carregado da presença divina. Cada pessoa é um chão da eterna presença de Deus.

E eu pergunto: Onde nossos pés estão plantados? Como isso afeta o coração?

TEXTO PARA REZAR: Mt 3, 1-12 (Naqueles dias apresentou-se João, o Batista, proclamando no deserto da Judéia: Convertei-vos, porque o Reino de Deus está perto...)
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