Os indígenas da Pan-amazônia esperam um novo modelo de Igreja...

A visita do Papa ao Peru, 19 a 21/JAN, tocou um tema sensível para os jesuítas e o papado: os indígenas, aos quais é preciso reconhecer sua dignidade humana e religiosa.

Francisco é conhecedor da história admirável da Companhia de Jesus com os povos originários de seus países, e os conflitos intermináveis com o Vaticano que não entendeu nunca esta parceria.

Desde 1537, o Papa Paulo III defendeu o fato de os indígenas serem “verdadeiros humanos”, princípio negado outrora, pelos conquistadores sanguinários. Desde então, os jesuítas, como Manuel da Nóbrega ou José de Anchieta, para falar só do Brasil, foram testemunhas desta capacidade humana, artística e religiosa. Em torno do Rio Paraguai surgiram, posteriormente, as famosas reduções que organizavam a vida social, e até a defesa armada dos indígenas Guaranis. Experiência espalhada sobre tudo por terras argentinas, bolivianas, brasileiras e paraguaias... até serem exterminadas pelo Papa Clemente XIV, no século XVIII.

Os indígenas são os mais esquecidos dos governos e da economia neo-capitalista reinante, e suas terras brutalmente cobiçadas. Muitas culturas sobre-passam nossas fronteiras...

Os povos da Amazônia, 30 milhões de habitantes espalhados em 8 países, têm uma subjetividade própria, que exige um modelo eclesial diferenciado. Isso será amplamente discutido no Sínodo sobre a Pan-amazônia, no ano de 2019.

Assim como já há diáconos permanentes indígenas, provavelmente haverá também “viri probati” indígenas que possam celebrar a Santa Eucaristia.

Esperemos, confiemos e aguardemos...
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