Dia 31/AGO: O Patriarca de Moscou visita o Patriarca Ecumênico de Constantinopla (Istambul)
O problema é que a Igreja ucraína deseja ter uma autonomia (`autocefalia´), sem depender de Moscou. Lembremos que Rússia não aceitou facilmente a separação da Ucrânia, e ainda agora se apoderou da península de Crimeia, por ter lá muitas pessoas de língua russa. Constantinopla, Moscou e Kiev (que seria a sede do novo patriarcado ucraniano) se tornaram um triângulo perigoso. O peixe mais gordo e explosivo é Moscou. E no meio dessa briga nada `fraterna´ está o Papa Francisco, sem se intrometer mas acompanhando fraternalmente tudo.
A Igreja ortodoxa ucraniana está atualmente dividida: uma parte ainda permanece unida a Moscou por interesses econômicos e de poder, e a outra vive já de maneira autônoma, ou como eles dizem declarou sua `autocefalia´, (independência de Russia!) e esperam a confirmação de Constantinopla... Lembro que a Igreja Ortodoxa surgiu no ano de 1054 com o Patriarca de Constantinopla Miguel Cerulário que não aceitou mais depender do bispo de Roma.
As coisas por lá estão confusas e tensas, e alguns até sussurram bem baixinho que gostariam depender novamente do Bispo de Roma e não de Moscou. Situação muito embaraçosa, até para o próprio Papa que se entende muito bem com o Patriarca de Constantinopla, e procura todos os meios aproximar-se fraternalmente de Kirill, apesar das resistências deste.
O Papa Francisco sabe muito bem que não deve, por enquanto, se intrometer nesse litígio interno da ortodoxia, a não ser que seja chamado. O encontro entre Kirill e Bartolomeu, no dia 31/AGO, é muito importante, mas não nos choquemos se estes patriarcas se puxarem pelos cabelos ou até pela barba...
Ucrânia é um problema religioso, mas também político. Si o Patriarcado ecumênico de Constantinopla/Istanbul conceder a autocefalia ao bispo de Kiev (Ucrânia) reafirmará seu papel primordial dentro de toda a Ortodoxia, mas seria um golpe dramático para Moscou. Mas, não conceder a autocefalia a Kiev seria visto como uma submissão de Constantinopla a Moscou... Isso também seria dramático.
Rezemos e esperemos...