Dia 11/MAI: Morre o Pe. Matteo Ricci SJ (1552-1610), na China...

Matteo Ricci nasceu na Itália e, após sua formação na Companhia de Jesus, foi de missionário para a China. Ele criou um novo modelo de evangelização, no diálogo amigo e fraterno com a cultura e religião chinesas! Nesse intercâmbio, a fascinação foi mútua. A sabedoria deste jesuíta italiano, conhecedor exímio da matemática, da astronomia, da arte, da música e da literatura encantou a corte chinesa. E misteriosamente se fizeram amigos.

O Padre Ricci fez uma feliz síntese entre o anúncio do Evangelho e a cultura milenar de um povo. No "Museu do Milênio" de Pequim, apenas dois estrangeiros são recordados entre os grandes vultos da China: Marco Polo e o Padre Matteo Ricci.

Para escândalo de alguns, este sábio padre jesuíta do século XVI adotou o vestuário e costumes dos seguidores de Confúcio, como o culto dos antepassados, e que não colidiam com o núcleo da fé católica. Para ser católico o povo chinês não precisava renunciar às suas antigas e belas tradições.

Esta enculturação da fé católica foi valorizada pelos eruditos chineses. Em pouco tempo, o que parecia impossível foi acontecendo. Em quatro grandes cidades, Shaoguan, Nanchang, Nanquim e Pequim, foram construídas igrejas, e também a residência para os religiosos jesuítas. Estes homens batizaram mais de 2500 chineses, dos quais 400 viviam na capital.

Contudo, esta forma enculturada de evangelizar não foi bem compreendida por alguns religiosos ocidentais e criaram intermináveis disputas com as autoridades eclesiásticas do Vaticano, prejudicando gravemente o catolicismo na China, até ser proibido este modo novo de evangelização pelos Papas Clemente XI (1715) e Bento XIV (1742). Essa medida paralisante só foi revogada em 1939, pelo papa Pio XII. Duzentos anos perdidos!

O Papa João XXIII, 1959, foi o primeiro a elogiar publicamente Matteo Ricci, considerando-o um homem extraordinário, e um grande evangelizador. Sabemos também que o Papa Francisco o admira, pois a sua frase "venho dos confins do mundo" era uma citação do próprio Ricci, que dizia ter passado toda sua vida “nos confins do mundo”.

O Pe. Ricci morreu em 1610, aos 57 anos de idade. E só agora, aos 10/JAN/2014, o Vaticano recebeu o processo diocesano para sua beatificação. Passaram-se mais de 400 anos e nós continuamos lembrando e admirando a fé e a sabedoria deste grande missionário jesuíta. Para evangelizar precisa primeiro amar!

E auguramos sua próxima canonização!

Transmitir a fé só com a roupagem da cultura europeia é colonizar e não evangelizar.

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