Alteração genética de embriões humanos…
Mas, vamos ao primeiro caso. O cientista chinês He Jiankui (*1984) defendeu seu experimento com embriões humanos viáveis, modificando seus genes para que nascessem resistentes ao AIDS. Sua declaração chocou profundamente a classe acadêmica, e o chamaram de irresponsável.
Modificar o gene CCR5, por onde o vírus da AIDS entra para atacar o sistema imunológico humano, é bizarro e ao mesmo tempo fantástico. O pai era portador do vírus da AIDS… disse o cientista chinês, que utilizou onze embriões em seis tentativas de implantação. As meninas que nasceram passam bem e estão em casa com os pais…
A motivação dada pelo médico é que esta modificação talvez seja a única forma de controlar eficientemente alguma doença… Se temos a tecnologia, por que não usá-la para ajudar às pessoas que dela precisam?
Uns o chamaram de louco; outros permaneceram calados, pois sabem que foi aberta uma Caixa de Pandora, e não sabemos até onde isto pode chegar...
O cientista chinês admitiu uma outra fecundação em andamento, com genes também modificados... Quais as possíveis consequências que esta modificação pode trazer para as futuras gerações? Está se modificando o conjunto genético humano...
Sabemos que é possível a intervenção direta no genoma da pessoa (DNA), e que o homem se serve dela para suprir as condições deficitárias. A biotecnologia é um instrumento adequado. Chegamos a descobertas fantásticas, beneficiando indivíduos e populações. Com a genética humana, o homem é capaz de colocar suas mãos em territórios até agora desconhecidos e enigmáticos. Essas novas descobertas trazem esperanças de melhoria da qualidade de vida, mas por outro lado despertam dúvidas e temores que precisam ser analisados com responsabilidade em vista da própria vida do seres humanos.
Uma coisa é a engenharia terapêutica, cujo fim é restituir a integridade normal do sujeito, e outra a que visa alterar o patrimônio genético, para criar pessoas diferentes.
A classe acadêmica ficou assustada diante de tamanho atrevimento. E você o que pensa sobre isso?