Em busca do mais importante... (Autobiografia de S. Inácio de Loyola)
Inácio examina sua vida, lembra do seu passado, se arrepende, pede e agradece... Devagarinho, entra nos labirintos mais profundos da sua existência, e pede que Deus o salve de tanta incoerência.
Porque fora muito vaidoso em cuidar do cabelo e ele o tinha comprido, resolveu largá-lo à sua natureza, sem penteá-lo nem cortá-lo, nem cobri-lo de modo algum. Pela mesma razão, deixara crescer as unhas dos pés e das mãos, porque também nisto fora vaidoso... (Autob. 19).
Há pessoas que passam pela vida cuidando apenas de si mesmas. Eles e elas gastam uma energia imensa para ser o que não são. Mentiras e máscaras fazem parte da bagagem de muitos. Inácio precisou chegar ao mais fundo de si, para conhecer sua escuridão e encontrar as raízes da sua vida desordenada.
Na sua juventude, quando ainda era Ínhigo, percorrera caminhos nada éticos. Daí os exageros de agora, para acabar de vez com a sensualidade que tanto o vencera. Seu exterior, agora abandonado e bagunçado, indicava certamente sua grande luta interior.
Como romper com o “DNA” negativo, e que passa, como um vírus, de pais para filhos? Inácio percebeu, com emoção, que suas contradições históricas e suas mentiras pessoais tinham raízes familiares... E agora, quanto mais orava, mais “assombração” aparecia, como diz o nosso povo.
Para encontrar o mais importante, muitas coisas precisaram ficar de lado. Se queremos realmente mudar, precisamos às vezes exagerar no melhor!
Conheço pessoa que são como birutas (indicadores de direção do vento), pois são como folhas mortas que o vento leva.
Uma pergunta: Você busca o mais importante?