8/DEZ: Imaculada Conceição de Nossa Senhora...
O “dogma da Imaculada” não é absurdo nem se impõe à razão, mas ilumina também nossa vida: o que somos e devemos ser. O Verbo é concebido no que há de mais imaculado e íntimo no ser humano. E como em Maria, também nós temos algo de bom e de imaculado que continua clamando por Deus. Sim, todo ser humano é “capaz de Deus”.
C. Peguy (1873-1914), poeta e escritor francês, dizia que “Maria é mais jovem que o pecado”. Há em todos nós alguma coisa de mais jovem e de mais profundo, anterior ao próprio entulho, que é a beleza original. Existe em nós uma realidade mais profunda que a nossa exterioridade, um sim mais coerente que os nossos “nãos”, uma inocência anterior às nossas ambiguidades... Precisamos encontrar esta confiança imaculada primordial.
Maria é o arquétipo da beleza imaculada, da pura confiança, do sim sem retorno a Àquele que É. Imaculada não só em sua Concepção, mas em toda sua vida pelo diálogo constante com Deus. Ela dialoga em nome de todos nós, homens e mulheres, rompendo a cadeia de mentiras, egoísmos e violências que se enraízam na nossa história. A Igreja se reconhece em Maria e quer ser também “imaculada”.
Maria Imaculada nos representa. Ela “desvela” nossa humanidade a Deus e “revela” Deus à humanidade. Ela é Arca de Aliança e Templo verdadeiro, espaço sagrado onde Deus fez a sua morada.
Celebrar a “Imaculada Conceição” é recordar que Deus também nos habita misteriosamente desde o início da nossa concepção e deseja continuar se relacionando durante toda a nossa vida. Maria foi pura transparência, plenitude da graça (“cheia de graça”); nós somos graça velada e mistério limitado em busca da plenitude.
A festa da Imaculada Conceição leva-nos a pensar o que Maria foi e o que ainda nós podemos ser...
Imaculada Maria de Deus,
Coração pobre, acolhendo Jesus!
Imaculada Maria do povo,
Mãe dos aflitos que estão junto à cruz!