Jejuns, abstinências ou o melhor uso da liberdade... (Autobiografia de s. Inácio de Loyola)
Perseverava na abstinência de não comer carne... mas um dia de manhã, de pois de levantar-se, se lhe representou na imaginação carne para comer, com tanta força, como se a visse com os olhos... Veio-lhe ao mesmo tempo uma grande vontade de comê-la... Embora se lembrasse do propósito anterior, determinava que devia comer carne. Contou-o ao seu confessor. Este lhe disse que considerasse se isso não era acaso tentação; mas ele, examinando-o bem, nunca pode duvidar disso (Autob. 27). Não era tentação, mas amadurecimento da liberdade!
A privação de alimento por motivos religiosos recebe o nome de jejum. Jejum e abstinência são práticas estipuladas pelas religiões, para adquirir maior intimidade com Deus.
A forma como uma pessoa come e bebe expressa muito o seu jeito de ser. Lidamos com os outros como o fazemos com a comida e a bebida. Há pessoas que engolem tudo e nada respeitam nem saboreiam. Outras escolhem instintiva ou conscientemente o melhor da comida e esquecem totalmente dos outros. Inácio de Loyola quis romper, de uma vez por todas, com os hábitos sibaritas vividos na Corte Real de Arévalo, onde imperava o luxo e o prazer.
Os nutricionistas ajudam a reeducar o quê e quanto comer. Inácio percebe que há uma conexão intrínseca e não ordenada entre seus instintos fundamentais. Se os excessos da Corte exacerbaram um dia a sua sexualidade, a oração, o jejum e a abstinência a moderam neste momento.
Fortalecido e agora ordenado, sente-se livre diante de tudo aquilo que antes se impunha. A paz interior e um bom sinal para novas decisões. O amor a Deus transformado em serviço aos outros é bem mais importante do que comer ou não comer carne!
As “santas loucuras” e os exageros fazem parte da história dos santos e do seu aprendizado espiritual! Se não desejamos muito, encontraremos pouco!
Uma pergunta: O que Deus tem lhe ensinado ultimamente?