Vivemos dentro de um filme de terror. Nunca se sabe o que logo vai acontecer e quem será o assassino... O Pe. Jack Murad foi capturado em maio, na Síria. Ele teve os olhos vendados e as mãos amarradas e o colocaram em um carro rumo a um lugar desconhecido. Contudo, o padre conta que foi bem alimentado, e não foi torturado.

É verdade que os extremistas islâmicos assustavam os prisioneiros dizendo que os matariam se não se convertessem ao Islã. Ficou por isso mesmo.

O padre achou que realmente iriam decapitá-lo. Os cristãos de Qaryatain, minha paróquia, estavam ali. Fiquei emocionado. Todos se aproximaram e me abraçaram...

O líder do Estado Islâmico escolheu dar aos cristãos o direito de viver como cidadãos em território controlado por eles, o que significava deixá-los voltar para suas terras em troca da proteção do grupo.

Eles sabem tudo, cada detalhe. Nós pensamos que eles são beduínos incultos. Mas, na verdade, é exatamente o contrário. Eles são inteligentes, educados, têm graduação universitária e são meticulosos no planejamento, afirmou o padre.

O Pe. Murad conseguiu fugir do território controlado pelo EI, mas nem todos o seguiram. Muitos decidiram ficar, pois não tinham para onde ir. Outros não aceitaram a ideia de ficarem desabrigados, vagando pelo deserto, e preferiram morrer na própria casa; uns poucos acham de que o Estado Islâmico não é tão terrível assim...

São tantas as barbaridades acontecidas que já esquecemos das penúltimas!

Outra coisa: nos assustamos com os monstros que encontramos, mas esquecemos de quem os gerou... Provavelmente esses terroristas foram provocados pelo Ocidente.

Acaso arrebentar com a vida de um rio de 500 km não é também um ato de terrorismo?