5º Domingo da Quaresma: ONDE HÁ MISERICÓRDIA NÃO HÁ JULGAMENTOS... (cf. Pe. A. Pallaoro SJ)
Evangelho do dia: Jo 8, 1-11
Segundo o Papa Francisco:onde há misericórdia, aí está presente o Espírito de Deus; onde há rigidez, aí estão seus ministros...
Jesus percebeu algo muito sério nesta inclinação que temos de julgar as outras pessoas.
É escandalosa a capacidade do ser humano de causar dano aos outros por meio do juízo gratuito, desqualificação e condenação.
Todos temos vocação de juízes; todos somos peritos em alimentar um tribunal interior, onde a lei ocupa o centro.
As boas relações só são possíveis quando não se julgamos uns aos outros. Quando alguém sabe ou suspeita que lhe estão julgando; a relação humana se complica, se envenena, e termina por fazer-se insuportável. É muito duro ir pela vida sabendo que alguém pensa mal de você.
Por detrás de tanto juízo e condenação existe uma insegurança radical, que se disfarça de lei.
A necessidade de ter razão e de acreditar ser portador da verdade é indício de uma insegurança insuportável de base. O fanatismo religioso revela insegurança camuflada, como o afã de superioridade esconde um doloroso complexo de inferioridade.
Quando alguém se eleva em juiz da vida dos outros e se considera com conhecimentos para condená-los, usurpa o lugar de Deus. Por isso é tão frequente que as pessoas que se consideram mais próximas a Deus são os juízes mais implacáveis dos outros.
No evangelho de hoje, o pressuposto de Jesus é que ninguém pode ser identificado com seus atos exteriores. Dentro de cada um, existe um mistério profundo e impenetrável, cujo conhecimento é reservado unicamente a Deus. Por detrás de cada ato humano, existe uma história que se nos escapa. Deixemos que Deus seja Deus e que Ele tenha a última palavra. Ele conhece cada pessoa, na sua intimidade. É com misericórdia que ele pesa as ações humanas; por isso Ele salva sempre.
O relato de João, indicado para a liturgia deste domingo, põe em confronto duas maneiras diferentes de reagir perante a “mulher pecadora”: de acolhida e proximidade ou de distância e julgamento.
De um lado, os olhares dos escribas e fariseus se voltam para a mulher, ao mesmo tempo que a atenção repreensiva concentra-se sobre Jesus, buscando motivos para também julgá-lo.
Por outro lado, entre o Mestre e a mulher se instaura uma surpreendente compreensão e acolhida: nada de julgamento e condenação.
A mulher encontrou e descobriu, nas palavras e na pessoa de Jesus, um modo novo e fascinante do rosto misericordioso de Deus. Ela sentiu-se perdoada por Jesus, o “justo”, o amigo dos publicanos e dos pecadores.
Jesus não contabiliza os pecados, não classifica as pessoas em puras e impuras. Ele abraça a realidade em sua totalidade, integrando-a.
Ele acolhe e celebra a vida em sua totalidade. Não foi o passado de erros da mulher que determinou a atitude de Jesus para com ela, pois Ele não se deixa determinar pelo passado.
Jesus tem um coração expansivo, voltado para todas as direções, onde quer que se encontre a realidade limitada e frágil. O encontro com Ele não desperta sentimentos de culpa; as pessoas podem retirar-se em paz. Jesus faz da misericórdia o verdadeiro evento divino. Nele, a misericórdia torna-se o dom constitutivo não só do divino, mas também do humano.
Enquanto os escribas e fariseus não entendem a ternura e a acolhida de Jesus para com a mulher; esta, ao contrário, conhece o mistério inefável da Misericórdia e abandona-se a Ele. Libertada de seu passado e amada no pressente, a mulher sente-se devolvida à vida, levando consigo no coração um dom inesperado: o perdão, que a inunda de paz e alegria.
Ela muda a sua vida quando percebe ser amada por um amor envolvente, gratuito, antecipado.
A mulher estava preparada para a morte, mas Jesus a despede viva, abrindo uma nova possibilidade de futuro. É notável como Jesus encarna a atitude de rejeição ao pecado e amor ao pecador. Isto foi magistralmente expresso por S. Agostinho: “Só ficaram dois, a miserável e a misericórdia”.
Onde impera a Lei, não há futuro, só julgamento; onde a Misericórdia encontra espaço ali a vida tem nova chance. Os acusadores acreditavam estar seguros, fundamentados na lei e na sua consciência. Jesus os conduz a um nível mais profundo, apelando a se olhar a si mesmos.
Jesus não se comportou como juiz, nem com relação à mulher nem com os acusadores. Ficou num plano superior, no nível da miseri-córdia.
Todos devem reconciliar-se e iniciar uma vida em gratuidade, criando condições distintas de convivência, e gratuidade não coercitiva.
Uma pergunta: O que você ainda não perdoa?
Jesus percebeu algo muito sério nesta inclinação que temos de julgar as outras pessoas.
É escandalosa a capacidade do ser humano de causar dano aos outros por meio do juízo gratuito, desqualificação e condenação.
Todos temos vocação de juízes; todos somos peritos em alimentar um tribunal interior, onde a lei ocupa o centro.
As boas relações só são possíveis quando não se julgamos uns aos outros. Quando alguém sabe ou suspeita que lhe estão julgando; a relação humana se complica, se envenena, e termina por fazer-se insuportável. É muito duro ir pela vida sabendo que alguém pensa mal de você.
Por detrás de tanto juízo e condenação existe uma insegurança radical, que se disfarça de lei.
A necessidade de ter razão e de acreditar ser portador da verdade é indício de uma insegurança insuportável de base. O fanatismo religioso revela insegurança camuflada, como o afã de superioridade esconde um doloroso complexo de inferioridade.
Quando alguém se eleva em juiz da vida dos outros e se considera com conhecimentos para condená-los, usurpa o lugar de Deus. Por isso é tão frequente que as pessoas que se consideram mais próximas a Deus são os juízes mais implacáveis dos outros.
No evangelho de hoje, o pressuposto de Jesus é que ninguém pode ser identificado com seus atos exteriores. Dentro de cada um, existe um mistério profundo e impenetrável, cujo conhecimento é reservado unicamente a Deus. Por detrás de cada ato humano, existe uma história que se nos escapa. Deixemos que Deus seja Deus e que Ele tenha a última palavra. Ele conhece cada pessoa, na sua intimidade. É com misericórdia que ele pesa as ações humanas; por isso Ele salva sempre.
O relato de João, indicado para a liturgia deste domingo, põe em confronto duas maneiras diferentes de reagir perante a “mulher pecadora”: de acolhida e proximidade ou de distância e julgamento.
De um lado, os olhares dos escribas e fariseus se voltam para a mulher, ao mesmo tempo que a atenção repreensiva concentra-se sobre Jesus, buscando motivos para também julgá-lo.
Por outro lado, entre o Mestre e a mulher se instaura uma surpreendente compreensão e acolhida: nada de julgamento e condenação.
A mulher encontrou e descobriu, nas palavras e na pessoa de Jesus, um modo novo e fascinante do rosto misericordioso de Deus. Ela sentiu-se perdoada por Jesus, o “justo”, o amigo dos publicanos e dos pecadores.
Jesus não contabiliza os pecados, não classifica as pessoas em puras e impuras. Ele abraça a realidade em sua totalidade, integrando-a.
Ele acolhe e celebra a vida em sua totalidade. Não foi o passado de erros da mulher que determinou a atitude de Jesus para com ela, pois Ele não se deixa determinar pelo passado.
Jesus tem um coração expansivo, voltado para todas as direções, onde quer que se encontre a realidade limitada e frágil. O encontro com Ele não desperta sentimentos de culpa; as pessoas podem retirar-se em paz. Jesus faz da misericórdia o verdadeiro evento divino. Nele, a misericórdia torna-se o dom constitutivo não só do divino, mas também do humano.
Enquanto os escribas e fariseus não entendem a ternura e a acolhida de Jesus para com a mulher; esta, ao contrário, conhece o mistério inefável da Misericórdia e abandona-se a Ele. Libertada de seu passado e amada no pressente, a mulher sente-se devolvida à vida, levando consigo no coração um dom inesperado: o perdão, que a inunda de paz e alegria.
Ela muda a sua vida quando percebe ser amada por um amor envolvente, gratuito, antecipado.
A mulher estava preparada para a morte, mas Jesus a despede viva, abrindo uma nova possibilidade de futuro. É notável como Jesus encarna a atitude de rejeição ao pecado e amor ao pecador. Isto foi magistralmente expresso por S. Agostinho: “Só ficaram dois, a miserável e a misericórdia”.
Onde impera a Lei, não há futuro, só julgamento; onde a Misericórdia encontra espaço ali a vida tem nova chance. Os acusadores acreditavam estar seguros, fundamentados na lei e na sua consciência. Jesus os conduz a um nível mais profundo, apelando a se olhar a si mesmos.
Jesus não se comportou como juiz, nem com relação à mulher nem com os acusadores. Ficou num plano superior, no nível da miseri-córdia.
Todos devem reconciliar-se e iniciar uma vida em gratuidade, criando condições distintas de convivência, e gratuidade não coercitiva.
Uma pergunta: O que você ainda não perdoa?