Caminhamos como podemos... (Autobiografia de S. Inácio de Loyola)


Caminhamos como podemos. Cada um tem seu estilo e sua forma. Outros não conseguem nem dar um passo pra frente.

A pequena localidade de Manresa foi, para Inácio de Loyola, tempo de profundo aprendizado nas coisas espirituais; lá, ele experimentou consolações maravilhosas e desolações sem fim. Um dia se encontrou tão árido e perdido que clamou a Deus por uma solução.

Uma vez, muito atribulado pelos escrúpulos se pôs em oração, e com fervor começou a dar gritos a Deus vocalmente: Socorre-me, Senhor, pois não acho nenhum remédio nas pessoas. Mostra-me Tu, Senhor, onde o posso achar! Se for preciso andar atrás de um cachorrinho para que me dê remédio, eu o farei... (Autob. 23).

O céu não respondeu de imediato ao seu clamor, nem surgiu milagrosamente um cachorro para lhe mostrar o caminho a ser percorrido. Alguém poderia ter lhe lembrado, se fosse possível, os versos de A. Machado: Caminhante, não há caminho, se faz o caminho ao andar.

Quando o caminho parece sumir e os pés não mais nos seguram, espontaneamente caminhamos de a quatro, apoiados como podemos. As crianças fazem isso muito bem! Inácio sentiu, por algum tempo, que era uma criança nas coisas de Deus, pois não sabia nem entendia o quê e como fazer. Tamanha era sua escuridão e confusão!

Há pessoas que dependem das outras em tudo e procuram o parecer dos outros, para se definir. Quem aprende com suas próprias experiências vai longe e seguro. Na vida cristã não há um caminho igual para todos, pois cada um é convidado a viver com fé e responsabilidade sua história.

Inácio aprendeu aos poucos o jeito de seguir e servir o Senhor. Isso foi em Manresa e esse aprendizado durou a vida toda!

Uma pergunta: E você, conhece realmente por onde o Senhor o leva?
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