31º DTC: Todos os santos/as... (Cf. Pe. A. Palaoro SJ)
"Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa recompensa nos céus” (Mt 5,12)
No dia em que a Igreja faz memória de todos os Santos e Santas, a liturgia escolhe sabiamente o evangelho das Bem-aventuranças; projeto de realização e de felicidade sem limites. É um programa de vida para alcançar a beatitude, a vida ditosa e bem-aventurada... Felizes! A primeira coisa que Jesus deseja é que sejamos felizes...
Jesus não faz referência às práticas religiosas, rituais ou doutrinas, mas à vida e vida plena centrando-se nos outros, e colocando-os acima dos próprios interesses.
“Bem-aventurança”, em hebraico, quer dizer “em marcha”; infelicidade é estar imobilizado, parado sobre a própria imagem, memórias ou sofrimentos... Por isso a bem-aventurança consiste em dar um passo a mais a partir do lugar onde estamos. Cada uma das bem-aventuranças é um convite para caminhar.
Jesus nos convida a nos colocar em movimento, e sair de nossa paralisia e fixação; colocarmos em marcha através de nossa sede e fome de justiça, dos lutos que temos de superar e das oposições que temos de enfrentar... A vida é movimento e as bem-aventuranças possibilitam a passagem de uma vida suportada para uma vida plenamente assumida.
As bem-aventuranças não são negativas, nem formam um código moral; são uma confissão: “o Reino chegou”. Estilo de vida, modo de proceder. Jesus proclama a “irrupção”da graça, do amor, da misericórdia, da justiça de Deus na história da humanidade, pois tem a certeza de que chegou a “hora” de Deus intervir na história.
Os enunciados das bem-aventuranças soam à primeira vista como “idealistas”, “utópicos”, irrealizáveis no mundo em que vivemos. No entanto, pela sua provocação e questionamento, elas são a proposta mais realista, mais revolucionária jamais pronunciada. As bem-aventuranças são a exposição mais exigente e fascinante da mensagem de Cristo, a plenificação daquilo que é o mais humano.
As bem-aventuranças não são um “sim” de Deus à pobreza e ao sofrimento, mas um rotundo “não” de Deus às situações de injustiça, assegurando a todos o maior dom que poderíamos esperar, o seu Amor. N’Ele os pobres podem esperar, ter confiança, não para um futuro distante, mas já, aqui e agora. Pode ser bem-aventurado aquele que chora, mas nunca aquele que faz chorar. Pode ser feliz aquele que passa fome, mas não aquele que é responsável pela fome dos outros. Buscar a felicidade nas seguranças terrenas é a melhor prova de que não se descobriu o amor de Deus. Mesmo nas piores circunstâncias imagináveis, as possibilidades de ser alguém, único e original, podem se fazer presentes.
Os Santos e as Santas são as testemunhas (martyria) da vida, ou seja, aqueles(as) que, inspirados nas Bem-aventuranças, foram presenças inspiradoras no mundo, portadores(as) de valores humanos e que construí-ram suas vidas sobre a rocha firme do amor incondicional e generoso; homens e mulheres que “viveram um caso de amor com a vida”.
Esta é a vocação fundamental à qual somos todos chamados, enquanto seguidores(as) de Jesus Cristo. Ser santo(a) é ser dócil para “deixar-nos conduzir” pelos impulsos de Deus, por onde muitas vezes não sabemos e não entendemos. Seus caminhos não são os nossos caminhos.
Este “deixar-se levar” pela mão providente de Deus é uma ousadia, e na vida espiritual a liberdade tem que ser ousada. Ser santo(a) é “arriscar-se” em Deus, e navegar no oceano da gratuidade, da compaixão e da solidariedade.
O apelo à santidade perpassa toda a história do cristianismo. O Papa Francisco trata deste tema na Exortação Apostólica “Gaudete et Exsultate”. Numa cultura líquida e espiritualmente desnutrida como a nossa, a santidade é uma necessidade e um assunto pertinente. É preciso revelá-la a uma humanidade cansada de novidades e sedenta de verdade. É preciso purificá-la de ambiguidades e mal-entendidos.
O Papa Francisco fala da santidade acontecendo “ao pé da porta”, sendo, por isso, o rosto mais belo da Igreja. A santidade é uma descida em direção à humanidade dos outros. Ser santo(a) é ser humano por excelência.
No dia em que a Igreja faz memória de todos os Santos e Santas, a liturgia escolhe sabiamente o evangelho das Bem-aventuranças; projeto de realização e de felicidade sem limites. É um programa de vida para alcançar a beatitude, a vida ditosa e bem-aventurada... Felizes! A primeira coisa que Jesus deseja é que sejamos felizes...
Jesus não faz referência às práticas religiosas, rituais ou doutrinas, mas à vida e vida plena centrando-se nos outros, e colocando-os acima dos próprios interesses.
“Bem-aventurança”, em hebraico, quer dizer “em marcha”; infelicidade é estar imobilizado, parado sobre a própria imagem, memórias ou sofrimentos... Por isso a bem-aventurança consiste em dar um passo a mais a partir do lugar onde estamos. Cada uma das bem-aventuranças é um convite para caminhar.
Jesus nos convida a nos colocar em movimento, e sair de nossa paralisia e fixação; colocarmos em marcha através de nossa sede e fome de justiça, dos lutos que temos de superar e das oposições que temos de enfrentar... A vida é movimento e as bem-aventuranças possibilitam a passagem de uma vida suportada para uma vida plenamente assumida.
As bem-aventuranças não são negativas, nem formam um código moral; são uma confissão: “o Reino chegou”. Estilo de vida, modo de proceder. Jesus proclama a “irrupção”da graça, do amor, da misericórdia, da justiça de Deus na história da humanidade, pois tem a certeza de que chegou a “hora” de Deus intervir na história.
Os enunciados das bem-aventuranças soam à primeira vista como “idealistas”, “utópicos”, irrealizáveis no mundo em que vivemos. No entanto, pela sua provocação e questionamento, elas são a proposta mais realista, mais revolucionária jamais pronunciada. As bem-aventuranças são a exposição mais exigente e fascinante da mensagem de Cristo, a plenificação daquilo que é o mais humano.
As bem-aventuranças não são um “sim” de Deus à pobreza e ao sofrimento, mas um rotundo “não” de Deus às situações de injustiça, assegurando a todos o maior dom que poderíamos esperar, o seu Amor. N’Ele os pobres podem esperar, ter confiança, não para um futuro distante, mas já, aqui e agora. Pode ser bem-aventurado aquele que chora, mas nunca aquele que faz chorar. Pode ser feliz aquele que passa fome, mas não aquele que é responsável pela fome dos outros. Buscar a felicidade nas seguranças terrenas é a melhor prova de que não se descobriu o amor de Deus. Mesmo nas piores circunstâncias imagináveis, as possibilidades de ser alguém, único e original, podem se fazer presentes.
Os Santos e as Santas são as testemunhas (martyria) da vida, ou seja, aqueles(as) que, inspirados nas Bem-aventuranças, foram presenças inspiradoras no mundo, portadores(as) de valores humanos e que construí-ram suas vidas sobre a rocha firme do amor incondicional e generoso; homens e mulheres que “viveram um caso de amor com a vida”.
Esta é a vocação fundamental à qual somos todos chamados, enquanto seguidores(as) de Jesus Cristo. Ser santo(a) é ser dócil para “deixar-nos conduzir” pelos impulsos de Deus, por onde muitas vezes não sabemos e não entendemos. Seus caminhos não são os nossos caminhos.
Este “deixar-se levar” pela mão providente de Deus é uma ousadia, e na vida espiritual a liberdade tem que ser ousada. Ser santo(a) é “arriscar-se” em Deus, e navegar no oceano da gratuidade, da compaixão e da solidariedade.
O apelo à santidade perpassa toda a história do cristianismo. O Papa Francisco trata deste tema na Exortação Apostólica “Gaudete et Exsultate”. Numa cultura líquida e espiritualmente desnutrida como a nossa, a santidade é uma necessidade e um assunto pertinente. É preciso revelá-la a uma humanidade cansada de novidades e sedenta de verdade. É preciso purificá-la de ambiguidades e mal-entendidos.
O Papa Francisco fala da santidade acontecendo “ao pé da porta”, sendo, por isso, o rosto mais belo da Igreja. A santidade é uma descida em direção à humanidade dos outros. Ser santo(a) é ser humano por excelência.